Este artigo tem por objetivo identificar algumas das principais diferenças estruturais, relacionais e de orientação estratégica das cadeias brasileiras produtoras de motores, bem como sinalizar fatores decorrentes ou responsáveis por tais diferenças. São estudadas e comparadas as estruturas e as relações entre empresas de cadeias "comandadas" por três montadoras de motores. Foram utilizados estudos de caso em três montadoras e oito fornecedores atuantes no primeiro e/ou segundo nível de suas cadeias de suprimentos. Embora as montadoras estejam inseridas em cadeias com configurações estruturais diferentes, e adotem padrões de relacionamento distintos, suas ações para gestão da cadeia de suprimentos se encontram estrategicamente alinhadas. Desta forma, mesmo ocorrendo sobreposição entre as cadeias, pela presença de fornecedores comuns, as montadoras conseguem efetivamente utilizá-las de forma a aumentar sua competitividade. O trabalho ainda indica algumas tendências gerais, como a da terceirização e a existência de poucos níveis hierárquicos, com os fornecedores no segundo nível produzindo componentes menos sofisticados tecnologicamente.