Introdução: Estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que os transtornos depressivos em adolescentes aumentam em todo mundo, indicando que 10% a 20% vivenciam problemas de saúde mental. No Brasil, estudos mostram prevalência de 13,2%, sendo considerado, portanto, um problema de saúde pública. Objetivo: Rastrear a presença de sintomas depressivos e fatores de risco associados em adolescentes de um município de pequeno porte. Metodologia: Estudo transversal, descritivo e analítico com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados em uma amostra de 324 estudantes do município de Marialva/PR – Brasil, por meio de questionário sociodemográfico e instrumento de rastreio de episódios depressivos, o PHQ – 9 (Patiente Health Questionnaire – 9). A análise ocorreu por regressão linear, matriz de correlação e análise de redes. Resultados: 64,2% apresentaram sintomas moderado à grave, com maior prevalência em adolescentes do sexo feminino, sendo que 20,1% mostraram sintomas graves. Os fatores de risco associados foram: maior tempo de uso de celular; não frequentar parques; não praticar esportes; usar drogas lícitas; relatar diagnóstico para ansiedade e casos de depressão na família. Adolescentes que jogam no celular sozinho apresentaram 5,1 vezes mais chances de desenvolver sintomas depressivos, e os que usam drogas em grupo, 5,5 vezes mais chance. Conclusão: O estudo sugere que cidades pequenas que apresentam estruturas urbanas inadequadas e não acolhedoras podem acentuar o problema dos transtornos depressivos em adolescentes, o que indica a necessidade de políticas públicas que melhorem as perspectivas de futuro deste público.
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