O aumento na utilização de agrotóxicos na agricultura pode trazer graves consequências ao meio ambiente e à saúde da população, que consumir alimentos e água com resíduos de tais substâncias. Desta forma, o presente estudo buscou avaliar a presença e a concentração de agrotóxicos na água para consumo humano e, com isso, compreender os riscos à saúde que a população do município de Cachoeira do Sul está submetida. A metodologia consistiu na coleta e análise de amostras de água, em cinco épocas do ano, entre agosto de 2017 a março de 2018, sendo realizadas duas coletas de água tratada (na estação de tratamento e numa instituição de ensino) e uma de água do rio Jacuí, que abastece a cidade, sendo um total de 15 amostras. As amostras foram submetidas a análise por extração em fase sólida e cromatografia gasosa e líquida acoplada a espectrometria de massas. Os resultados mostraram a presença de resíduos de agrotóxicos em todas as amostras, com período crítico para contaminação entre fevereiro e março. No total, foram identificados 18 princípios ativos de agrotóxicos nas amostras de água, sendo o inseticida imidacloprido o de maior incidência e concentração, seguido pelos herbicidas clomazone e quincloraque. Os poluentes analisados persistiram mesmo após o tratamento da água, expondo a população aos riscos potenciais pela ingestão diária destes componentes. Medidas que promovam a remoção destes compostos na água, bem como alternativas ao modelo agrícola convencional precisam ser desenvolvidas e ampliadas, para promover a redução ou eliminação do uso dos agrotóxicos e proteção da saúde e meio ambiente.