Analisamos 32 casos de hidrocefalia intra-uterina diagnosticados no Serviço de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina, no período de 1978 a 1990, quando foram realizados 11.978 partos, refletindo uma prevalência de 2,66/1.000 nascimentos. Os "conceptos" foram divididos em dois grupos: A e B. Dezessete casos foram analisados retrospectivamente (grupo A) e quinze, prospectivamente, baseados em um protocolo interdisciplinar. Realizamos nove procedimentos intra-útero, dois no grupo A e sete no grupo B. A colocaçõo de derivação ventrículo-amniótica foi efetuada em um dos casos e cefalocenteses de repetição em outro. A mortalidade neonatal tardia foi de 40,62%, ocorrendo em 64,70% no grupo A e 13,53% no grupo B. No parto por via vaginal, a mortalidade foi de 88,9%, enquanto que no parto cesáreo foi de 21,72%. A hidrocefalia fetal, com alta prevalência em nosso meio, constituiu-se em sério problema, sendo fundamental um trabalho interdisciplinar para o estudo e controle desta patologia.