Há uma tendência na economia de se valorizar as empresas grandes e dizer que elas contribuem para a força econômica de um país. Entretanto, alguns teóricos como Coviello e Munro (1995, 1997), Ghemawat e Ghadar (2000) e Cruz-Carreon (2007) ressaltam que está havendo um aumento na visibilidade e na importância dada às pequenas e médias empresas (PMEs) ao final do século XX e início do século XXI. Alguns autores argumentam, inclusive, que o crescimento das PMEs é reconhecido como fator crucial para o desenvolvimento econômico de uma nação e o aumento do seu volume de exportações. Dada a importância que vêm assumindo as PMEs na economia mundial e nos países da América Latina e as pressões para uma competição global, este trabalho tem como objetivo analisar o uso de networks no processo de internacionalização de PMEs, cujos recursos gerenciais e financeiros são limitados. Para tanto, este estudo realiza uma abordagem teórica da teoria de networks, analisando os cenários de aplicação, as motivações para a utilização desta estratégia, suas vantagens e desvantagens. Foram consolidadas as informações de casos publicados de PMEs latino-americanas que utilizaram networks para a entrada em mercados internacionais. Foram encontrados indícios neste estudo de que o desenvolvimento de networks é um recurso utilizado na internacionalização de PMEs e que este pode gerar vantagens e desvantagens para as empresas envolvidas. Observa-se ainda a relevância do papel dos gestores nas decisões de expansão internacional e na formação de networks. Por fim, conclui-se que este recurso vem demonstrando ser cada vez mais valioso para as PMEs, em especial, em países em desenvolvimento como é o caso dos países na América Latina.
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