A maior complexidade da competitividade global e as novas estratégias dos oligopólios industriais incentivaram estudos sobre a eficácia dos modos de coordenação empresarial dos negócios que são distintos do mercado spot, como propriedades contratuais, influências em redes, compartilhamentos de recursos, formas distintas de liderança, etc. Estes mecanismos são tratados por Menard (2004) como complementares aos contratos e são denominados de governanças híbridas. O presente trabalho tem o objetivo de mostrar a governança híbrida empregada em transações entre organizações juridicamente independentes e que optaram por coordenar uma parte das atividades realizadas em conjunto. O setor escolhido é a cadeia do comércio justo internacional de suco de laranja (tradicional e orgânico) e os principais atores envolvidos são organizações de produtores brasileiros de laranja, compradores europeus e certificadores internacionais do comércio socialmente justo. Um interesse maior é dado aos mecanismos de coordenação que são complementares aos contratos e que foram ressaltadas inicialmente por Menard (2004). Esses mecanismos de coordenação se concretizam em uma autoridade privada que é voluntariamente aceita pelas partes envolvidas. Essa autoridade, que pode ser mais ou menos formal, passa a coordenar diversos fatores ligados às transações, envolvendo um tipo misto de governança entre controles e incentivos.
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