O papel da lógica na filosofia é fundamentalmente metodológico já que é fazendo uso das diferentes estruturas de demonstração que teses filosóficas são estabelecidas. Por isso, no contexto da prática filosófica, a lógica deve ser tomada seu sentido mais largo, abarcando tanto a lógica formal quanto a informal. Dada a variação das formas de demonstração na filosofia e dado, portanto, o uso metodológico que a filosofia faz da lógica, argumento que, neste sentido, há uma continuidade entre os métodos formais e informais de demonstração. Para mostrar esta continuidade, partirei da noção fundamental de inferência lógica para estabelecer os critérios de diferenciação entre o formal e o informal, e reconstruirei brevemente a história filosófica da lógica para mostrar suas transformações e seu distanciamento progressivo do lugar metodológico na filosofia.Finalmente, considerando a literatura recente sobre lógica formal e informal, aponto os problemas relativos à suas diferenças e, partindo do reconhecimento de que lógica cumpre um papel metodológico na filosofia, argumento que a lógica formal e informal são práticas que estão em continuidade e se beneficiam mutuamente. No que diz respeito ao modo como a lógica informal se beneficia da lógica formal, o artigo investigará as vantagens e limitações em se tomar os sistemas de dedução natural como instrumento de análise de demonstrações em linguagem natural. No que diz respeito aos modos como a lógica formal pode se beneficiar da lógica informal, procuraremos mostrar que avanços na lógica formal decorrem, além dos esforços de formalização de provas informais, de uma análise informal das estratégias de cálculo e dos princípios segundos os quais uma certa linguagem lógica opera.
Read full abstract