Este artigo delimitou como objetivo analisar a construção do Fantasy de Tolkien em A princesa e a costureira, de Leslão (2015). Nesse sentido, para subsidiar nosso ato investigativo, recorremos aos pressupostos teórico-etodológicos de Tolkien (2010; 2020), Gomes (2012), Santos (2014) e Arantes (2016), para os quais a literatura fantástica ocupa um papel essencial na investigação científica. A metodologia de pesquisa empreendida é de natureza qualitativa e interpretativa, no sentido de que trabalha com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes (MINAYO, 2001). Os resultados advindos da análise do texto literário apontam que, na obra, a configuração do fantasy se dá a partir do momento em que a autora constrói sua narrativa por meio de personagens considerados comuns, como, a exemplo da presença de uma costureira. A obra, que se caracteriza como um conto de fadas possuir características desse gênero literário, arquiteta um reino encantado, corroborando a construção do fantasy no conto brasileiro. Ademais, foi possível identificar, no conto de fadas, a construção do eu-catástrofe por meio de algumas ações, como a presença de um final feliz para os reinos, os problemas que antecederam à normalidade dos fatos e o tratamento do final como uma mágica.