O artigo faz uma análise das denominações para o item lexical diabo no Norte e no Nordeste do Brasil. Para isso, utilizaram-se inquéritos do Projeto Atlas Linguístico do Brasil, realizados com 120 informantes, distribuídos equitativamente por ambos os sexos, em duas faixas etárias e dois níveis de escolaridade, selecionados de acordo com os critérios da Dialetologia Contemporânea. Foram registrados 332 itens lexicais, concretizados através de trinta e uma variantes: anjo mau, anticristo, besta, besta-fera, belzebu, bicho feio, bicho ruim, cão, capeta, capiroto, chifrudo, coisa ruim, cramunhão, criatura, cruz-credo, demo, demônio, desgraça, diabo, encardido, enxofre, inimigo, lúcifer, nefisto, príncipe dos céus, sapirico, satã, satanás, sujo, tinhoso, troço. O estudo serviu para demonstrar a diversidade linguística e cultural do léxico religioso do português falado no Norte e no Nordeste do Brasil, sendo de extrema importância para o conhecimento da multidimensionalidade que a língua portuguesa assume nos diversos espaços físicos e socioculturais.