Bagres marinhos (Ariidae) são os mais abundantes recursos pesqueiros em arrastos de fundo na Baía de Sepetiba, RJ (Lat. 22º54’-23º04’S; Long. 43º34’-44º10’W), que é uma importante área de criação e alimentação de uma grande variedade de espécies de peixes na fase juvenil. Padrões espaciais e sazonais de distribuição dos bagres marinhos, baseados no número e no peso de peixes por arrasto, foram analisados com base em 151 amostragens de arrasto de fundo, em sete locais da Baía de Sepetiba, entre julho de 1993 e junho de 1996. Para comparações espaciais da área de estudo, estabeleceu-se como zona interna a região situada no interior da Baía e como zona externa a área com maior influência das águas oceânicas. Juntamente com os arrastos de fundo, foram feitas medições da temperatura e salinidade da água de superfície e de fundo, da transparência e da profundidade. Um padrão de variação espacial baseado nos fatores ambientais, através da análise multivariada, é apresentado com maiores profundidades e transparências na zona externa e menores na zona interna, com pequeno gradiente de aumento de salinidade da zona interna para a zona externa. Somente a temperatura apresentou sazonalidade. Cinco espécies de bagres marinhos foram registradas, na seguinte ordem decrescente de abundância numérica: Genidens genidens (Valenciennes, 1839), Cathorops spixii (Agassiz, 1829), Sciadeichthys luniscutis (Valenciennes, 1840), Netuma barba (Lacépède, 1803) e Bagre marinus (Mitchill,1814). Um padrão de variação espacial na distribuição dos bagres marinhos na Baía de Sepetiba foi apresentado, com as quatro mais abundantes espécies distribuindo-se principalmente na zona interna da Baía, com indicações de separação espacial entre as mesmas. G. genidens foi abundante em todas as estações de coleta da zona interna da Baía, C. spixii apresentou distribuição mais restrita na zona interna e N. barba, nas proximidades da embocadura do Rio Guandú, enquanto S. luniscutis apresentou ampla distribuição na zona interna e externa da Baía.A sazonalidade não foi marcada para essas espécies. Estratégias de separação espacial podem estar explicando a coexistência em elevada abundância de bagres marinhos na Baía de Sepetiba, que funciona como área de criação desses peixes, os quais encontram nas menores profundidade e transparência da zona interna condições favoráveis para o desenvolvimento de seus ciclos de vida.