Pesquisou-se o nível de desgaste dental (atrição e/ou abrasão) em 168 espécimes de Didelphis albiventris e D. marsupialis (gambás) do sul do Brasil. O desgaste foi muito importante, com elevada freqüência de dentina terciária e de exposição da câmara coronária e/ou do canal radicular, devido à associação de fraturas e desgaste, pois as fraturas predispõem ao desgaste e este favorece as fraturas. O grau de desgaste aumentou com a idade dos animais. A ordem crescente na freqüência de dentina terciária nos dentes caudais aos caninos foi: primeiro, segundo e terceiro molares, terceiro e segundo pré-molar, e quarto molar. Diferentemente de outros onívoros, em Didelphis o desgaste dentário parece mais relacionado às fraturas devidas aos alimentos (seguida de atrição/abrasão) do que ao contato entre os dentes. Ao contrário da literatura, os molares tribosfênicos não parecem "ideais" para tal dieta onívora, o que é evidenciado pela elevada freqüência de desgaste, fraturas e exposição da câmara coronária ou do canal radicular.
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