A partir da conceção de dor pediátrica procurou-se com este estudo avaliar o grau de ansiedade e a intensidade da dor relativas ao procedimento invasivo da punção venosa, em crianças com e sem perturbações do desenvolvimento. Numa amostra de 60 crianças, 44 sem perturbação do desenvolvimento (SPD) e 16 com perturbação (CPD), com idades compreendidas entre os 5 e os 12 anos de idade (M=8,63; DP=2,44), a intensidade da dor (“imaginada”/“sentida”) foi avaliada por meio da Faces Pain Scale (FPS-R), e o grau de ansiedade (“antecipatória”/“verificada”) através da Visual Analogue Scale (VAS). Os resultados obtidos revelaram que, apenas no grupo de crianças CPD a ansiedade antecipatória é superior à ansiedade verificada. Verificou-se existir, para ambos os grupos, uma forte associação entre os valores de ansiedade “antecipatória” e “verificada” e da dor “imaginada” e “sentida”. Os dois grupos não se distinguem em termos da intensidade da dor nem em termos da ansiedade. As associações encontradas entre a dor e a ansiedade no procedimento da punção venosa reforçam o investimento da abordagem pediátrica na dor aguda, tanto em termos procedimentais como em termos da interação dos profissionais de saúde com as crianças, em especial as que são portadoras de perturbações do desenvolvimento. Palavras-chave: crianças, punção venosa, ansiedade, dor, problemas de desenvolvimento