Propomos neste artigo refletir sobre o trabalho de construcao de “panteoes” e as praticas de eternizacao de “vultos” examinando duas publicacoes que se configuram em “galerias de notaveis”. Analisamos Perfis Academicos e Perfis de Cultura Popular, ponderando sobre: (i) a posicao social e politica dos agentes (biografos e biografados), definida em funcao dos recursos sobre os quais assentam sua “reputacao” e de inscricoes nas lutas culturais e politicas; (ii) as estrategias de estruturacao das obras, observando a selecao e a hierarquizacao dos casos, o espaco disponibilizado, as classificacoes atribuidas, entre outras; (iii) e os conteudos, as adjetivacoes, as definicoes, enfim, as representacoes explicitadas nos pre-textos e textos laudatorios. Com isso, podemos apreender os condicionantes de afirmacao, as logicas de atuacao e os mecanismos de consagracao mobilizados por agentes que se constituem como porta-vozes autorizados, bem como as multiplas tramas de notabilizacao de “interpretes” da cultura e da memoria regional no e do Maranhao. Palavras-chave: cultura, interpretes, panteao.