O final do século passado foi marcado por um crescente intresse nas fases preliminares do processo de design, especificamente na fase de requisitos e definição do problema. Na área de automação, o gerenciamento de requisitos é determinante para o sucesso dos projetos, embora grande parte do esforço no desenvolvimento de técnicas e métodos ter sido direcionado para as fases posteriores: o design e a implementação. Por não serem formais, os processos de eliciação e análise de requisitos são subestimados por profissionais da área de automação, onde o formalismo é fundamental para a validação dos processos de controle, automação e supervisão. Em especial, quando os ambientes de desenvolvimeno e de aplicação são disjuntos, isto é, usuários e stakeholders pertencem a um domínio com pouca ou nenhuma interseção com a área da engenharia, informática e automação, os processos de eliciação e análise se tornam bastante complicados. Neste trabalho é apresentada uma proposta de sistematização do gerenciamento de requisitos para domínios disjuntos, adaptando técnicas já conhecidas ao processo de prototipagem virtual, consolidado após o início deste século. Um estudo de caso é apresentado onde o desenvolvimento se dá na área de Engenharia de Automação para aplicações em processos pertinentes à cirurgia de catarata. Para aproximar os domínios busca-se uma abordagem mais simplificada das técnicas de prototipagem virtual tornando o processo mais prático, sem no entanto abdicar do formalismo dos modelos. Os dados levantados foram obtidos com a colaboração do Hospital Santa Luzia, Salvador, Bahia, e do Instituto da Visão, UNIFESP, em São Paulo.