OBJETIVOS: Avaliar a prevalencia de doenca respiratoria em criancas em idade escolar e determinar o valor da espirometria de campo. METODOS: Avaliaram-se 313 alunos do primeiro e quarto ano de quatro escolas de Lisboa. Aplicou-se questionario respiratorio auto-preenchido, e efetuou-se espirometria. Realizou-se analise descritiva e bivariada seguida de analise de regressao logistica multipla. RESULTADOS: Trinta e cinco por cento das criancas tiveram pelo menos um episodio de sibilância (18% > 2 episodios), e 4% tiveram diagnostico de asma. Sibilância foi mais frequente com historia familiar de atopia (OR ajustado = 2,7, IC95% 1,4-5,1), tabagismo na gravidez, infeccao respiratoria baixa (IRB) (OR ajustado = 2,8; IC95% 1,2-6,2), bronquiolite (OR ajustado = 3,3; IC95% 1,3-8,2) e alergia a aeroalergenos (OR ajustado = 3,2; IC95% 1,4-7,2). Asma foi mais frequente com historia de IRB (OR ajustado = 14,6; IC95% 1,7-122,9) e alergia a aeroalergenos (OR ajustado = 8,2; IC95% 2,0-34,2). Cento e sessenta e nove (54%) valores espirometricos preencheram criterios de aceitabilidade. O grupo com sibilância tinha em media valores de escore z inferiores para volume expiratorio forcado no primeiro segundo (VEF1), razao entre VEF1 e capacidade vital forcada (CVF) (VEF1/CVF) e fluxo expiratorio forcado entre 25 e 75% (FEF25-75) (p < 0,05), alem de maior percentagem de criancas com valores anormais para VEF1, VEF1/CVF e FEF25-75 (FEF25-75, p < 0,05). CONCLUSOES: Este estudo piloto revelou frequencia elevada de sintomatologia respiratoria obstrutiva em escolares em Lisboa. Verificou-se boa correlacao entre o questionario e os valores espirometricos. A baixa prevalencia de asma leva-nos a especular que este diagnostico esteja subestimado nesta populacao.
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