Resumo Objetivo Verificar a associação entre estado nutricional segundo diferentes pontos de corte para índice de massa corporal (IMC) e ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em idosos. Métodos Estudo transversal, realizado com 365 idosos de ambos os sexos, utilizando-se um questionário contendo variáveis sobre saúde e medidas de peso e estatura. A associação entre classificação do estado nutricional pelo IMC e ocorrência de DCNT foi estimada pelo Odds Ratio (OR) e Intervalos de 95% de Confiança (IC95%). Resultados A partir dos critérios de classificação do IMC, o estado nutricional variou entre: adequado (24,9%-32,3%), excesso de peso (57,3%-73,2%) e baixo peso (1,9%-15,3%). Segundo a classificação do estado nutricional por Lipschitz, o baixo peso se associou à menor ocorrência de doenças osteoarticulares (OR=0,38; IC95%:0,15-0,93) e cardiometabólicas (OR=0,42; IC95%:0,19-0,94); o sobrepeso se associou à maior ocorrência de doenças cardiometabólicas (OR=2,26; IC95%:1,30-3,93). Segundo critérios da Organização Mundial de Saúde, o baixo peso se associou à menor ocorrência de doenças cardiometabólicas (OR=0,09; IC95%:0,01-0,61), sobrepeso à menor ocorrência de doenças neuropsicológicas (OR=0,47; IC95%:0,26-0,87), obesidade à maior ocorrência de doenças osteoarticulares (OR=1,95; IC95%:1,08-3,52) e cardiometabólicas (OR=3,02; IC95%: 1,54-5,93). Pelos critérios da Organização Pan-Americana da Saúde, o baixo peso se associou à menor ocorrência de doenças cardiometabólicas (OR=0,45; IC95%:0,22-0,91), obesidade à maior ocorrência de doenças osteoarticulares (OR=1,91; IC95%:1,16-3,15), cardiometabólicas (OR=2,58; IC95%:1,36-4,85) e respiratórias (OR=1,96; IC95%:1,16-3,16). Conclusão Os critérios de classificação do IMC associaram-se negativamente (baixo peso) e positivamente (excesso de peso) à ocorrência de DCNT, verificando-se maior força na associação quando se diferenciou sobrepeso de obesidade.
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