A intoxicação exógena caracteriza-se pela interação de substâncias químicas com o organismo vivo. Anualmente 1,5 a 3% da população é intoxicada tornando o agravo uma questão de saúde pública/coletiva. Quantificar e analisar os casos notificados de intoxicações por medicamentos no Brasil. Tratou-se de uma pesquisa documental, retrospectiva, descritiva com abordagem quantitativa. Os casos notificados de intoxicação por medicamentos foram coletados a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) tendo como variáveis estudadas: região, ano, sexo, circunstância, classificação final e evolução. Foram estudados 224.901 casos de intoxicações por medicamentos, no período supracitado e, através desses casos verificou-se que há um aumento gradativo do número de notificações ao longo dos anos estudados sendo 28% em 2017. Dos casos notificados 51% pertenciam a região sudeste. O sexo feminino foi predominante, contabilizando 70% dos casos. A circunstância da intoxicação mais notificada foi a tentativa de suicídio (59%) e a classificação final predominante foi a intoxicação confirmada (68%). Considerando a evolução dos casos notificados a maioria deles evoluiu para a cura sem sequela (83%). A investigação possibilitou conhecer o perfil epidemiológico dos casos notificados de intoxicações por medicamentos no Brasil. A partir desses achados, conclui-se que há necessidade de implementar políticas para minimizar os riscos à saúde humana devido ao uso de medicamentos. Além disso, também, é importante incorporar o padrão como instrumento básico de trabalho para gerar dados precisos e atualizados nas bases de dados nacional. Tais fatores demonstram a importância da implantação de um Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIAT) em todo Brasil, bem como de Núcleos de Epidemiologia Hospitalar (NEH) para melhor acompanhamento do perfil das intoxicações por medicamentos.