Este artigo foca na centralidade da noção de competências nos documentos normativos para a formação de professores. A aprovação da Resolução CNE/CP n. 2/2019 em substituição à Resolução CNE/CP n. 2/2015 torna relevante a investigação de como vêm sendo interpeladas as subjetividades em torno da noção de competência, normalizando o caráter cada vez mais prescrito da regulação. Objetivamos compreender de que maneira a reiteração das competências na formação de professores processa o povoamento das subjetividades. Referenciamo-nos, especialmente, em Harvey, Santos, Duarte, Ramos, Ball, Brown e Taubman. Nós nos ativemos às evocações ao neopragmatismo e à epistemologia da prática, ao longo do tempo, como sentidos que hegemonizam as competências na formação inicial de professores, explicitando como na política atual as competências produzem dois movimentos fundantes à produção de subjetividades pela razão neoliberal. Elas operam a dessacralização da educação como um valor em geral, ao mesmo tempo em que processam a sedução psíquica e a aceitação das políticas e práticas instrumentais.
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