Nosso trabalho tem como objetivo apontar a categoria sintático-discursiva foco no português de Angola partindo de uma noção e tipologia específicas para essa categoria. A partir de uma interface morfossintaxe/discursiva, consideramos as sentenças clivadas e as pseudoclivadas como veiculadoras de foco por apresentarem uma leitura especificacional, em que há a obrigatoriedade de predicação de um valor a uma variável, disparando as leituras de ‘contrastividade’, ‘exclusividade’ e ‘exaustividade’, próprias do constituinte focalizado. Apresentamos, portanto, uma análise para o foco no português angolano, a partir da tipologia para as sentenças clivadas e pseudoclivadas realizadas com os estudos do português brasileiro. As sentenças tradicionalmente classificadas como ‘interrogativas clivadas sem cópula’ recebem, em nosso trabalho, uma proposta de análise em que consideramos esse tipo de sentença fora do âmbito das clivadas. Consideramos que o elemento fronteado que recebe a leitura de foco é seguido de uma partícula focalizadora apontando para um foco controlado gramaticalmente.