Desde a sessão pública inaugural do cinema, em Paris, até o início deste século XXI, o cinema ocupou, progressivamente, tanto as complexas estruturas da indústria do entretenimento, passando pelas searas do sistema da arte, penetrando os espaços da vida quotidiana coletiva ordinária. Os realizadores de filmes, em várias escalas, recontam histórias, tomando parte ativa na reconfiguração das visões do mundo contemporâneo. Neste trabalho, propõe-se discutir alguns pontos de uma certa pedagogia social exercida pela linguagem cinematográfica. Para tanto, pretende-se ultrapassar as recorrentes discussões a respeito das relações entre cinema e educação, que, em geral, privilegiam pensar o cinema como recurso pedagógico a ser adotado dentre as estratégias de ensino das matérias escolares. Nesse sentido, se reconhece, nas narrativas fílmicas, uma instância que atravessa a vida quotidiana, inclusive as escolas, indo, contudo, muito além delas. A pergunta orientadora das questões apontadas, portanto, é “o que temos aprendido com o cinema?” Para tanto, o cinema é pensado como prática social, em vista tanto daqueles que produzem filmes quanto dos que se apropriam de suas histórias.Enviado em: 29 de junho de 2017.Aprovado em: 13 de julho de 2017.