Este artigo analisa, a partir da etnografia de um dos cultos promovidos pela Frente Parlamentar Evangélica, os deslizamentos entre política e religião no Congresso Nacional brasileiro. Descrevo um destes cultos procurando entendê-lo enquanto ritual antropológico no qual parlamentares evangélicos realizam a invocação do religioso e a sacralização das atividades da política. Ora, mais do que trânsitos e deslocamentos entre o “tempo da política” e o tempo da igreja, estes cultos realizam sobreposições entre o púlpito e o palanque quando o espaço do sagrado sacraliza as boas novas proferidas por estes parlamentares no espaço da política.
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