INTRODUÇÃO: A insuficiência ovariana decorre de ooforectomia bilateral em diversas afecções do ovário, como neoplasia e sepse, além de quimioterapia, radiação pélvica e fatores relacionados à idade. Suas complicações sistêmicas, como insuficiências hormonais, podem ser de difícil controle. OBJETIVOS: Avaliar aspectos endócrinos e histológicos ovarianos após seu transplante ortotópico, sem anastomose vascular e submetidos à imunossupressão pela ciclosporina. MATERIAL E MÉTODO: Foram utilizadas 12 coelhas da raça Nova Zelândia Branca (n = 6) e Califórnia (n = 6), divididas em dois grupos: grupo 1 (n = 4), de controle, submetido apenas a laparotomia, sem outro procedimento cirúrgico; e grupo 2 (n = 8), submetido a ooforectomia bilateral e transplante ortotópico dos ovários, que foram trocados entre as duas raças de animais. De um lado, foi transplantado o ovário íntegro e, do outro, o ovário fatiado. Não houve anastomose vascular. As coelhas foram imunossuprimidas com ciclosporina (10mg/kg ao dia). No final do período de acompanhamento de seis meses, foram feitas dosagens de estradiol, progesterona, hormônio foliculoestimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH), além de estudo histológico de ovários, tuba uterina e útero. RESULTADOS: Os ovários transplantados estavam rodeados por tecido conjuntivo, bem vascularizados, mostrando folículos em diferentes estádios de desenvolvimento. A histologia tubária e uterina também foi preservada em ambos os grupos. A dosagem hormonal foi normal em todas as coelhas, indicando que, do ponto de vista endócrino, o ovário transplantado estava funcionando. O transplante ovariano homógeno ortotópico, sem pedículo vascular e submetido à imunossupressão pela ciclosporina, foi eficaz para a manutenção de hormônios ovarianos em níveis normais.