No Brasil, o Cowpea mild mottle virus transmitido pela Bemisia tabaci (Genn.) (Hemiptera: Aleyrodidae), é uma ameaça emergente ao feijão comum (Phaseolus vulgaris L.; Fabaceae), incluindo as linhas elites de feijão geneticamente modificadas desenvolvidas para resistência ao Bean golden mosaic virus. Para investigar essa interação, quantificamos a suscetibilidade de dez linhas geneticamente modificadas resistentes ao Bean golden mosaic virus à infecção pelo Cowpea mild mottle virus em duas regiões do Brasil com incidência natural de B. tabaci virulíferas. Em dois ensaios de campo, B. tabaci estabeleceu em todas as variedades, mas mostrou preferência pelas cultivares convencionais ‘Pérola’ e ‘BRS Pontal’ quando comparadas com as linhas elite geneticamente modificadas (média > 400 ninfas por folíolo e > 97% taxa de infecção por virus em um dos estudos). No entanto, embora as linhas elite foram resistentes ao Bean golden mosaic virus, todas foram infectadas pelo Cowpea mild mottle virus. As maiores taxas de infecção (19 a 99% de plantas infectadas) ocorreram nas linhas elite geneticamente modificadas derivadas da BRS Pontal versus Pérola (12 a 16%). Ao comparar a produtividade, a maioria das linhas elite superou seu pai convencional recorrente. Os aumentos relativos de rendimento foi de 199 a 1.045% sendo as variedades CNFCT 16205 e CNFCT 16210 as mais produtivas. Nossos resultados mostraram que o uso de cultivares de feijão resistentes ao mosaico dourado é uma ferramenta importante dentro das estratégias integradas de manejo para moscas-brancas e vírus. No entanto, mais estudos são necessários para elucidar à ameaça do Cowpea mild mottle virus e a natureza das interações da mosca-branca com estes diferentes vírus.
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