Diante das discussões contemporâneas sobre a aplicação dos meios digitais mais recentes na atividade projetual, o presente artigo tem como objetivo contribuir para a compreensão de estratégias para introduzir o processo paramétrico de projeto no ensino de projeto arquitetônico. Considerando levantamento teórico e prático, parte-se da hipótese de que apenas o ensino tutorial de ferramentas não é o suficiente para uma aprendizagem do processo paramétrico em todo o seu potencial, sendo necessário vislumbrar um percurso didático que inclua tanto uma mudança de olhar sobre o objeto projetado, quanto a própria atividade projetual. Apresenta-se e discute-se aqui um dos experimentos pedagógicos realizados na etapa de validação da pesquisa – um curso de extensão de 40 horas, desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com registro do processo e coleta de dados junto aos participantes. O curso incluiu noções introdutórias sobre o tema, exercícios de criação com ferramenta paramétrica e atelier de projeto. As atividades de atelier envolveram o desenvolvimento de um bicicletário em equipe, com realização de brainstorm, desenvolvimento da proposta e apresentação dos produtos finais. Como resultado, percebe-se que, apesar dos participantes não apresentarem experiência prévia com o tema, os processos e produtos são foram satisfatórios, com o desenvolvimento e investigação de algoritmos complexos, além do reconhecimento do potencial da modelagem paramétrica, associada a práticas reflexivas em atelier. Os principais desafios incluem as mudanças da lógica projetual habitual, extrapolando o uso da ferramenta. Observou-se a importância de se introduzir a abordagem paramétrica no ensino para além de experimentos didáticos isolados, distribuída coerentemente com a estrutura curricular dos cursos, demandando a identificação das áreas de conhecimento em que o tema pode ser inserido.