Na agricultura atual, o método mais utilizado para o controle de plantas daninhas é o químico, em razão da facilidade de uso, elevada eficiência e baixa necessidade de mão de obra. No entanto, a utilização inadequada desses produtos provoca problemas ao ambiente e à saúde humana. Cresce, portanto, a busca por métodos alternativos de controle de plantas daninhas, menos demandadores de energia e menos tóxicos e agressivos ao ambiente. Este trabalho objetivou avaliar o efeito alelopático da cultura do girassol (Helianthus annuus) sobre diferentes espécies de plantas daninhas e cultivadas, em dois experimentos realizados em delineamento experimental completamente casualizado, utilizando o método da semeadura em substituição. O primeiro experimento foi realizado com quatro repetições, em esquema bifatorial. O primeiro fator foi constituído por seis espécies indicadoras: picão-preto (Bidens pilosa), corda-de-viola (Ipomoea grandifolia), caruru (Amaranthus hybridus), alface (Lactuca sativa, cultivar Aurélia), tomate (Lycopersicon esculentum, cultivar Santa Cruz), trigo (Triticum aestivum, cultivar BRS 208); e o segundo, pela presença ou não de plântulas de girassol. O segundo experimento foi composto por 24 tratamentos, representados por 23 genótipos de girassol e por uma testemunha sem girassol, utilizando-se quatro repetições. A espécie indicadora foi apenas o picão-preto. Em ambos os experimentos, no final do período de sete dias de convívio, foram avaliados o número de sementes germinadas e o comprimento radicular e da parte aérea das espécies indicadoras. Não foram observadas diferenças entre as porcentagens de germinação de quaisquer das espécies indicadoras avaliadas, em função da presença ou não das plântulas de girassol. A presença de plântulas de girassol estimulou o crescimento radicular das plântulas de tomate e trigo e inibiu o crescimento da parte aérea de picão-preto, trigo e corda-de-viola. Houve grande variabilidade de potencial alelopático entre genótipos de girassol sobre a germinação e o crescimento radicular e da parte aérea de Bidens pilosa. Os resultados demonstram que a técnica da semeadura em substituição é adequada para detectar efeitos estimulativos ou inibitórios de girassol sobre espécies indicadoras e para discriminar genótipos de girassol quanto à habilidade em inibir ou estimular plântulas de Bidens pilosa.