INTRODUÇÃO: O uso da técnica radial na realização de procedimentos coronários reduz a incidência de complicações vasculares no sítio de punção, os custos e o tempo de permanência hospitalar, além de propiciar maior conforto ao paciente. No entanto, seu emprego encontra-se prejudicado em 5% a 15% dos casos por variações anatômicas da artéria radial, vasoespasmo e teste de Allen negativo. O objetivo do trabalho é avaliar a segurança e a eficácia do acesso ulnar como via alternativa na realização dos procedimentos coronários. MÉTODO: Pacientes submetidos a procedimento coronário pela via ulnar foram incluídos em um registro prospectivo. Foram avaliados: o sucesso da técnica, definido como realização de coronariografia com adequada opacificação arterial e intervenção coronária percutânea (ICP) com estenose residual < 30%, sem necessidade de mudança da via de acesso; os tempos de procedimento e de fluoroscopia; e as complicações intra-hospitalares e aos 30 dias de seguimento. RESULTADOS: Entre maio de 2007 e maio de 2008, 102 procedimentos coronários foram incluídos no registro. A média de idade foi de 61 ± 11 anos, sendo 53% do sexo feminino e 34% de diabéticos. A taxa de sucesso foi de 94,5% e 100% para coronariografia e ICP, respectivamente. Houve baixa incidência de complicações, incluindo 2% de oclusão assintomática da artéria ulnar e 1% de hematoma, sem necessidade de reparo vascular ou transfusão sanguínea. CONCLUSÃO: O acesso ulnar mostrou-se seguro e eficaz na realização de procedimentos coronários, com elevada taxa de sucesso e virtualmente isento de complicações no sítio de punção. Tratase de uma via de acesso alternativa em serviços que utilizam a técnica radial rotineiramente.
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