Abstract

Na Suíça, a figura de Guilherme Tell representava duas tradições, por um lado o herói que expressa o orgulho dos confederados, por outro, a encarnação dos oprimidos em geral. Na peça ‘Grisler ou l’Helvétie délivrée’ (1748) do autor de Berna Samuel Henzi, a figura central é a do déspota Grisler, a quem Guilherme Tell se opõe. Após a deposição do tirano é introduzido um programa republicano que se baseia na idéia de igualdade frente à lei. Na tragédia ‘Guillaume Tell’ (1766) de Antoine-Marin Lemierre virtude e senso de liberdade são postos em relação com o motivo topológico das montanhas. Tell não aparece aqui mais como um solitário e sim como um dos confederados. Na época da revolução francesa, Guilherme Tell aparece ao lado de Brutus como uma figura emblemática da resistência do povo contra a tirania, e a peça de Lemierre obteve então grande sucesso. Schiller também associou em seu ‘Wilhelm Tell’ (1804) a idéia de liberdade suíça à representação da natureza sublime, como era propagado nos relatos de viagem. Sua peça, no entanto, se contrapunha à usurpação da figura de Tell pelos jacobinos e invocava uma comunidade baseada na fraternidade que deveria substituir o velho modelo social marcado pela figura do super-pai.

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