Abstract

Resumo O artigo trata da longa duração histórica dos discursos discriminatórios que visam a calar e/ou a menosprezar a voz e a fala pública femininas. Valendo-se de pressupostos e procedimentos metodológicos da Análise do discurso francesa, examinam-se enunciados da Grécia e da Roma antigas e do Brasil contemporâneo, formulados em gêneros discursivos diversos, que materializam um conjunto de ideias, crenças e representações a propósito das supostas incapacidades femininas para o desempenho oratório no espaço público. No que concerne à contemporaneidade, analisam-se enunciados que tematizam a voz e a fala pública femininas no cenário político, mais precisamente com respeito à ex-presidenta Dilma Rousseff e à deputada federal Tabata Amaral. Demonstra-se que, a despeito das profundas transformações históricas nas condições de produção dos discursos, a discriminação da fala e da voz femininas consolidou-se de tal modo que continua a se perpetuar em nossos dias.

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