Abstract

Este artigo analisa narrativas (entrevistas e relatos de próprio punho) de militantes estudantis que atuaram na cidade de João Pessoa (PB) no período entre 1968 e a década de 1970, tempo de maior experiência autoritária da ditadura militar brasileira, sobretudo a partir de 1969, após o AI-5 de 13 de dezembro de 1968. Busca refletir sobre a vivência de jovens que vislumbravam a liberdade e que se depararam com a censura, as interdições e as torturas infligidas pelo sistema ditatorial. O foco maior das entrevistas e desta proposta de análise está posto no ano de 1968, entretanto, o recorte temporal foi ampliado em decorrência das abordagens nos relatos de memórias. Fui convidada por um militante daquela época para desenvolver o trabalho, e as entrevistas que fizemos, bem como as narrativas que nos enviaram, foram publicadas em dois volumes. As pessoas que nos concederam seus relatos não se ativeram ao ano de 1968, adentrando a década de 1970. O campo das referências teórico-metodológicas está constituído por questões relevantes para a história oral, para a questão dos traumas e as historiográficas, estas últimas referentes ao regime militar brasileiro a partir da produção historiográfica que trata dos movimentos no estado da Paraíba. Nesse sentido, as principais referências são a historiadora Monique Citadino e o historiador Paulo Giovani Nunes. Giorgio Agamben, Achille Mbembe e Márcio Seligmann-Silva são as principais referências teóricas. Destaco, ainda, trabalhos específicos sobre a história oral, a exemplo de Verena Alberti e Dora Schwarzstein.

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