Abstract

Como um vírus no sistema, infectando as estruturas do capitalismo e dos padrões heterossexuais de se viver/existir, assim surge o Gay Shame, movimento anarquista queer norte-americano sustentado pelos princípios clássicos da cooperação, autogestão e oposição ao Estado. Neste texto, busco tecer entrelaçamentos ousados entre a ação direta extravaganza do movimento e agenciamentos de uma educação anarquista, selvagem, subversiva e perigosamente antenada com as demandas políticas e sociais que emergem por meio da comunidade dos corpos abjetos. Para tanto, envolto nas reflexões pós-estruturalistas de Gênero, Sexualidade e do Anarquismo Queer, lanço meus olhares enviesados aos objetivos do Gay Shame e a sua intervenção na 27ª Dyke March realizada em São Francisco/EUA, percebendo que as práticas anarquistas do movimento ao provocarem dissidências e fissuras neste sistema agem como vírus corroendo a imunidade do Capital, na tentativa de enfraquecê-lo cotidianamente por meio de microações políticas nas relações de força a qual estamos inseridxs.

Highlights

  • Like a virus in the system, infecting the structures of capitalism and heterosexual patterns of living / existing, emerges Gay Shame, an American queer anarchist movement supported by the classic principles of cooperation, self-management and opposition to the state

  • Wrapped in post-structuralist reflections on Gender, Sexuality and Queer Anarchism, I cast my eyes biased towards Gay Shame's objectives and his intervention at the 27th Dyke March held in San Francisco / USA, realizing that the anarchist practices of the movement to the provoking dissidents and fissures in this system act like viruses eroding Capital's immunity, in an attempt to weaken it daily through political microactions in the power relations to which we are inserted

  • Anarquismo e sexualidade: rumo a relações consensuais

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Summary

Introdução

Um vírus no sistema[1], destruindo dados lucrativos que sustentam o capitalismo, infectando as estruturas da normatividade sexual e de gênero, disseminando contrariedades e incômodos entre aquelxs que caminham nas zonas confortáveis das hegemonias. Mas apenas na segunda metade da década de 1980, com a produção dos pânicos sexuais pela epidemia da AIDS, que a Teoria Queer evidencia-se, chamando à luta política/teórica aquelxs sujeitxs que não correspondiam ao padrão do movimento homossexual desta época – branco, classe média e ávido pela incorporação aos modelos sociais heteronormativos/binários – focando, nas suas demandas e organização política, “na crítica às exigências sociais, aos valores, às convenções culturais como forças autoritárias e preconceituosas” Visando os limites deste texto, lanço meus olhares enviesados aos objetivos do Gay Shame e a sua intervenção na 27a Dyke March[3] realizada em São Francisco/EUA no dia 29 de junho de 2019, evento consagrado no calendário queer da cidade e que reúne, segundo o site do evento[4], todas aquelas mulheres/sapatonas que questionam e desafiam as construções de gênero, bem como as definições sociais das mulheres: trans-sapatonas, male to femme (MTF), transfemininas, transmasculinas, genderqueer e sapatonas fluídas no gênero

Metodologia
A ação direta EXTRAVAGANZA
Considerações finais
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