Abstract

A escrita, enquanto ato político, assume um poderoso papel como símbolo de denúncia, resistência e existência. Nesse contexto, as criações das mulheres negras têm desempenhado um papel crucial na evolução da Literatura Brasileira, conferindo-lhe novos e pertinentes contornos. Assim, esta pesquisa objetiva analisar os contos Metamorfose, de Geni Guimarães e Negrinha! Negrinha! Negrinha!, de Ana Maria Gonçalves, ressaltando os efeitos do discurso racista na construção identitária das protagonistas infantis em ambiente escolar. O aporte teórico é composto por autores como: Abdias do Nascimento (2016), bell hooks (2019), Chimamanda Adichie (2019), Djamila Ribeiro (2019), Frantz Fanon (2008), Grada Kilomba (2020), Lélia Gonzalez (2020), Lilia Schwarcz (2013), Luisa Lobo (2007), Luiz Silva Cuti (2010), Neuza Santos Souza (1983), Nilma Lino Gomes (2002) e Regina Dalcastagnè (2005; 2019). Conclui-se que o racismo, ao atravessar esses corpos, acarreta em sentimentos de autonegação, auto-ódio e baixa autoestima. Somente por meio de um doloroso processo de ressignificação e reafirmação de sua identidade é que se torna possível para essas personagens abraçar plenamente sua negritude e se enxergarem como indivíduos.

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