Abstract

This essay, structured in three parts, traces a conceptual genealogy of the reaction of shame as a primary psychological phenomenon with a deep moral impact upon experiencing subjects, and further analyses two sublimated renderings of the basic emotion: in Kantian ethics and in J.M. Coetzee’s novelistic project. Key-words: shame, genetic approach, Kant, Bernard Williams, J.M. Coetzee.

Highlights

  • This essay, structured in three parts, traces a conceptual genealogy of the reaction of shame as a primary psychological phenomenon with a deep moral impact upon experiencing subjects, and further analyses two sublimated renderings of the basic emotion: in Kantian ethics and in J.M

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  • Tratando-se da criação de uma experiência de leitura maximamente singular, em que o minimalismo característico da prosa de Coetzee tem de ser contra restado pelo impacto perturbador sobre a sensibilidade do leitor, o efeito de conversão ou metamorfose ética também iniciado por esta descrição de um episódio ou de uma história de vergonha é mais dialético do que o anteriormente sugerido a partir da teoria dos móbeis racionais de Kant; de certa forma, a vergonha e a humilhação de David Lurie têm de nos afectar como leitores do romance de John Coetzee e mudar a nossa sensibilidade e a nossa disposição à acção

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Summary

A proposta genética

Em Shame and Necessity, Williams toma como ponto de partida para a sua análise do fenómeno da vergonha os poemas homéricos e as tragédias de Sófocles e Eurípedes, particularmente o Ajax e o Hipólito. Partindo do modelo explicativo de internalização do olhar crítico do outro defendido por Williams, da proposta de diferentes descrições exteriorizadas de si adoptada por Gabriele Taylor, ou do quadro de formulações metafísicas desenvolvido em O Ser e o Nada (onde a experiência da vergonha é primeiramente introduzida para ilustrar um modo fundamental do Para-Si enquanto Ser-Para-um-Outro, e posteriormente explicada como a pedra de toque de um novo ekstasis do Para-Si, motivado pela mediação do Outro e para o qual tudo o que é necessário é que a convicção da sua presença enquanto sujeito opere uma reificação da minha consciência enquanto coisa vista), a contrapartida filosófica desta experiência singular é sempre um posicionamento crítico quanto a uma forma justificada de intersubjectividade. Na subsequente interpretação das propostas de Kant e Coetzee assistiremos a uma sublimação do móbil da experiência ética da vergonha, alargando imaginativamente o respectivo âmbito de aplicação

A desautorização da autoposição empírica de si na Crítica da Razão Prática
Vergonha de si na terceira pessoa e metamorfose animal
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