Abstract

O objetivo deste estudo foi identificar elementos éticos, de saúde, de cultura e estilos de vida envolvidos na escolha pelo vegetarianismo, bem como as maiores dificuldades encontradas pelos vegetarianos em sua prática alimentar cotidiana. Os dados foram coletados por meio de questionário eletrônico e de grupo focal. Além da identificação, abordaram-se temas relacionados à cultura, à sociabilidade, à alimentação, à opção pelo vegetarianismo, à saúde e ao bem-estar. Responderam ao questionário 202 pessoas com um bom nível de escolaridade e oriundas da classe média. As respostas da maioria dos participantes indicaram que eles têm boa alimentação, peso adequado, estilo de vida considerado saudável e que sua saúde e bem-estar melhoraram após a adoção do vegetarianismo. A adesão ao vegetarianismo ocorreu principalmente por motivos éticos relacionados aos direitos dos animais. As maiores dificuldades decorrentes da escolha pelo vegetarianismo, em termos de sociabilidade, situavam-se no convívio familiar e na falta de opções em espaços públicos de alimentação. O grupo focal contribuiu para o aprofundamento dos temas. As respostas sugerem que a opção pelo vegetarianismo extrapola a alimentação e impacta nas relações sociais, no consumo e nos estilos de vida, assumindo uma dimensão política que pode ser denominada ativismo alimentar, pois desafia estruturas de poder e dialoga com novas formas de interação entre indivíduos, sociedade, outros seres vivos e meio ambiente.

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