Abstract

A produção de bioetanol no Brasil ganhou um grande impulso nos últimos anos. Os números mostram que a produção saltou de pouco mais de 10 bilhões de litros no início dos anos 2000 para 27,5 bilhões de litros em 2009. Nos anos 70 a produção de bioetanol teve um impulso semelhante, mas entrou em crise a partir de 1986. Diante do ocorrido cabe fazer algumas perguntas: A produção de bioetanol poderá entrar em crise à semelhança do que ocorreu no Proálcool? Que variáveis que sustentam o período atual de produção de bioetanol e estas são diferentes daquelas que sustentavam o Proálcool? O objetivo deste artigo foi identificar variáveis que, nas perspectivas dos principais agentes da cadeia produtiva de bioetanol na microrregião de Piracicaba-SP, provocaram a crise do Proálcool e verificar se existem variáveis que podem sustentar o crescimento atual. A pesquisa, de natureza quantitativa, foi realizada com os agentes que produzem e distribuem o produto. Foi constatado que duas variáveis provocaram a crise do Proálcool: “a queda do preço do petróleo” e “o pequeno interesse internacional pelo etanol”. E seis variáveis: “vendas de veículos flexfuel”, “acordos de redução de emissões de dióxido de carbono para conter o aquecimento global que estão motivando a substituição do álcool pela gasolina”, novas tecnologias como: uso de bagaço de cana para a produção de álcool e energia elétrica”, “experiência desenvolvida no Proálcool”, “exigências legais para adição de álcool a gasolina em vários países do mundo” e “interesse internacional pelo etanol brasileiro”, que não estavam presentes na época do Proálcool, estão sustentando o crescimento de produção do bioetanol atualmente no Brasil. Dessa forma, conclui-se que, segundo a ótica dos envolvidos com o setor, a produção de álcool combustível não irá desacelerar como ocorreu no Proálcool.

Highlights

  • Uma das ações realizadas foi a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto que obriga os países a começarem a colocar em prática medidas concretas para reduzir o consumo dos combustíveis fósseis, e assim cumprirem as metas de redução de emissão de dióxido de carbono previstas no acordo mundial

  • Anais do Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Economia Rural, Rio Branco, AC, Brasil, 46

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Summary

INTRODUÇÃO

A produção de combustíveis fósseis, apesar de ter ajudado a impulsionar a economia por diversos anos, trouxe consequências negativas em relação ao meio ambiente. O efeito estufa é causado por alterações na camada de gases em torno de nosso planeta, entre eles o dióxido de carbono, que tem como objetivo manter a temperatura da Terra nos níveis que sejam possíveis à vida. Uma das ações realizadas foi a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto que obriga os países a começarem a colocar em prática medidas concretas para reduzir o consumo dos combustíveis fósseis, e assim cumprirem as metas de redução de emissão de dióxido de carbono previstas no acordo mundial. Diante do potencial que essas medidas estão provocando na demanda mundial por bioetanol, tanto o governo brasileiro como as empresas produtoras de álcool do país dedicam-se a uma ofensiva, diplomática e comercial, para abrir mercados para o produto. A seção dois apresenta a produção de bioetanol na Era dos Combustíveis Limpos. Os resultados e discussão aparecem na sétima seção e na última são feitas as conclusões

PRODUÇÃO DE BIOETANOL NA ERA DOS COMBUSTÍVEIS LIMPOS
ERA DO PROÁLCOOL
VISÃO TEÓRICA DE CADEIA PRODUTIVA
MÉTODOS E PROCEDIMENTOS
CRISE DO PROÁLCOOL
CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DE ETANOL NA ERA DOS COMBUSTÍVEIS LIMPOS
CONCLUSÕES
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