Abstract

Em sua aula inaugural da cadeira de Semiologia Literária do Collège de France, Roland Barthes afirma que um ensino como o praticado pela instituição deve admitir sempre uma fantasia. Em seu segundo curso ministrado, O neutro (1977-1978), Barthes reafirma o compromisso de colocar a aula sempre à disposição de um desejo: “Lembrar aula inaugural: promessa de que a cada ano o curso, a pesquisa, partiria claramente de uma fantasia pessoal. Em resumo: desejo o Neutro, logo postulo o Neutro. Quem deseja postula (alucina)” (BARTHES, 2003, p. 30). Ora, como desejo (desejo de neutro), o neutro pressupõe um sujeito que, a priori, talvez, pudesse negá-lo, impossibilitando-o constituir-se como neutro, tendo em vista que, da maneira como Barthes o postula, o neutro seria a suspensão de qualquer paradigma (qualquer imposição arrogante de sentido, mesmo atrelada à uma edificação subjetiva). A definição do neutro como desejo não exclui, entretanto, a presença do sujeito. Sendo assim, o trabalho pretende investigar como o neutro e esse sujeito que o deseja estão relacionados, quais as implicações que isso acarreta para a postulação do “objeto” feito por Barthes durante o curso e como esse neutro está presente (ou se deseja que esteja presente) na vida do próprio sujeito.

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