Abstract

Este trabalho tem por objeto um estudo sobre as categorias de desumanização do sujeito oprimido, identificadas através do discurso do colonizador em relação às personagens negras, na obra Úrsula, da escritora maranhense Maria Firmina dos Reis. No ano de 1859, em pleno regime escravocrata, Maria Firmina tornou-se a primeira escritora afrodescendente a publicar um romance no Brasil, livro esse revelador de uma dupla ousadia: a primeira, de ter sido escrito por uma mulher, e, a segunda, de ter marcas abolicionistas em sua narrativa. Uma importante contribuição para as análises está no episódio das memórias de uma personagem chamada Mãe Susana, que, além de relembrar o período em que os negros foram trazidos à força para as terras brasileiras, também vai contestar os conceitos europeus de alforria e liberdade. Por conta desses detalhes históricos e antropológicos, serão utilizados, num quadro teórico-metodológico, os estudos pós-coloniais de Frantz Fanon e os conceitos de identidade de Stuart Hall.

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