Abstract

RESUMO Este estudo constitui um recorte de pesquisa doutoral que teve por objetivo compreender, na dimensão verbo-visual da revista cuiabana A Violeta (1916-1950), como se constitui discursivamente o entrecruzamento de vozes. Tomamos o enunciado Chronica, da edição de 31 de dezembro de 1937, a fim de desvelar as tensões discursivo-ideológicas por meio da análise de estratégias linguístico-discursivas e de mobilização do plano de expressão verbo-visual. Baseamo-nos na teoria de Bakhtin e o Círculo, quanto às questões que envolvem as relações dialógicas entre os enunciados, e em Brait, para discutir os aspectos relacionados à verbo-visualidade. Constatamos, pela análise, a presença de um entrecruzamento de vozes: uma voz que acata o discurso vigente, reproduzindo seus temas, como o nacionalismo e o patriotismo, e uma outra voz, perceptível na mobilização da dimensão verbo-visual, crítica à situação política da época.

Highlights

  • Todas essas questões locais, nacionais e mesmo internacionais foram matéria de discussão nas páginas de A Violeta, e muitas delas compuseram os conteúdos dos enunciados, expressando o nível de politização das redatoras, em sua grande maioria, normalistas, entre as quais se destacaram as figuras de Maria Dimpina Lobo Duarte (MT, 1891-1966) e Maria de Arruda Müller (MT, 1898-2003)

  • Em várias obras do Círculo, encontramos referências a enunciados não-verbais, como em Problemas da poética de Dostoiévski (2010, p.211), O autor e a personagem na atividade estética (2011, p.23-25) e O problema do texto na linguística, na filologia e em outras ciências humanas (2011, p.307), e em O método formal nos estudos literários: introdução crítica a uma poética sociológica (2012, p.48-49), o que nos autoriza a utilizar, também, os conceitos bakhtinianos no processo de análise dos planos de expressão visual e verbo-visual

  • No mesmo texto, os aspectos tipográficos aos recursos da escrita e ao conjunto lexical, apontando para um entrecruzamento de vozes com duas orientações: uma voz que acata o discurso vigente, perpetuando as temáticas do nacionalismo e patriotismo e outra voz velada, apenas perceptível nos pequenos detalhes da dimensão verbo-visual, que é contrária à situação política da época

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Summary

Introduction

Nacionais e mesmo internacionais foram matéria de discussão nas páginas de A Violeta, e muitas delas compuseram os conteúdos dos enunciados, expressando o nível de politização das redatoras, em sua grande maioria, normalistas, entre as quais se destacaram as figuras de Maria Dimpina Lobo Duarte (MT, 1891-1966) e Maria de Arruda Müller (MT, 1898-2003).

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