Abstract
RESUMO O presente artigo tem por objetivo investigar o elemento imperial na poesia de Joseph Brodsky em diálogo com os estudos pós-coloniais. Sua conotação ambígua, permeada tanto por suas vivências enquanto poeta exilado, quanto por seus referenciais culturais, ecoa àquela apresentada nas obras de seus precursores poéticos. Portanto, traça-se um breve histórico da relação entre poesia e narrativa imperial no âmbito cultural russo, iniciada com a gênese do Império Russo no século XVIII. Em seguida, explora-se as nuances do conceito de império na obra brodskiana por meio da análise dos poemas Post aetatem nostram (1970), Torso (1972) e Sobre a Independência da Ucrânia (1991). Entende-se que tanto o conteúdo chauvinista deste último poema, quanto o aspecto positivo e nostálgico do império para Brodsky revelam a longevidade e a força da narrativa imperialista russa presente na literatura nacional do país.
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