Abstract

A Lei de Hume, pela qual um dever ser não pode resultar de um ser, e a sua recíproca, pela qual um ser não pode resultar de um dever ser, ocupam posições proeminentes nas discussões de metaética. Neste trabalho mostrarei relações lógicas entre distintas formulações da Lei de Hume e da sua recíproca. Também mostrarei como essas formulações estão relacionadas a teses sustentadas por importantes pensadores como Poincaré, Nelson, Jörgensen e Hare.

Highlights

  • ■ RESUMO: A Lei de Hume, pela qual um dever ser não pode resultar de um ser, e a sua recíproca, pela qual um ser não pode resultar de um dever ser, ocupam posições proeminentes nas discussões de metaética

  • Como esse deve ou não deve expressa uma nova relação ou afirmação, esta precisaria ser notada e explicada; ao mesmo tempo, seria preciso que se desse uma razão para algo que parece inteiramente inconcebível, ou seja, como essa nova relação pode ser deduzida de outras inteiramente diferentes.(Hume, 2000, p. 509)

  • As quatro formulações seguintes de princípios de barreiras lógicas entre o âmbito do dever ser e o âmbito do ser, enumeradas segundo a ordem de apresentação, têm a forma de juízos hipotéticos, são formulações condicionais de barreiras lógicas, relacionando restrições sobre um conjunto de premissas face à possibilidade ou impossibilidade de uma conclusão pertencente ao âmbito do dever ser: Se uma conclusão pertence ao âmbito do dever ser, então nenhum conjunto relevante de premissas para essa conclusão tem elementos pertencentes exclusivamente ao âmbito do ser (1)

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Summary

Formulações de barreiras inferenciais entre dever ser e ser

A eliminação de casos não interessantes ou contra-exemplos óbvios é condição necessária para um tratamento adequado das relações lógicas entre o âmbito do dever ser e o âmbito do ser, por isso sugiro a utilização da seguinte noção de “conjunto relevante de premissas para uma dada conclusão”: DEFINIÇÃO. As quatro formulações seguintes de princípios de barreiras lógicas entre o âmbito do dever ser e o âmbito do ser, enumeradas segundo a ordem de apresentação e em continuidade à enumeração anterior, também têm a forma de juízos hipotéticos, são formulações condicionais de barreiras lógicas, relacionando restrições sobre um conjunto de premissas face à possibilidade ou impossibilidade de uma conclusão pertencente ao âmbito do ser: Se uma conclusão pertence ao âmbito do ser, então nenhum conjunto relevante de premissas para essa conclusão tem ao menos um elemento pertencente ao âmbito do dever ser (5). Se há um conjunto relevante de premissas para uma conclusão que tem ao menos um elemento pertencente ao âmbito do dever ser, então essa conclusão não pertence ao âmbito do ser (6). Jörgensen (1938, p. 289) também sustenta, meramente para fins argumentativos, que “eles [os comandos] sequer são capazes de figurar como premissas em tais inferências [as inferências lógicas][...]”, ou seja, ele sustenta a tese da formulação 10

Considerações finais
Referências bibliográficas

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