Abstract
História oral temática, desenvolvida de 2010 a 2011. Objetivou descrever a vivência de profissionais de enfermagem no tratamento ao portador de transtorno mental no modelo manicomial (1960-2000). Os dados foram coletados mediante entrevista semiestruturada realizada com dois enfermeiros e quatro auxiliares de enfermagem, num hospital psiquiátrico do Paraná. Os dados foram analisados e apresentados em categorias de acordo com a proposta de análise temática. Os colaboradores relataram como tratamentos dispensados ao portador de transtorno mental, terapia medicamentosa, choque cardiazólico, insulinoterapia, eletroconvulsoterapia, entendida como importante recurso para controle da agitação, uso de cubículos e celas fortes como prática comum nos hospitais psiquiátricos, praxiterapia como ocupação. Discorreram, ainda, sobre lençol de contenção, camisa de força, e contenção no leito por faixas de tecido de algodão. Embora muitos destes tratamentos estejam em desuso e sejam criticados, eram os disponíveis e utilizados no período estudado.
Highlights
Por meio do Decreto n. 82/1841 foi fundado no Rio de Janeiro o Hospício Dom Pedro II, inaugurado em 1852, e renomeado mais tarde Hospício Nacional de Alienados
Há que se considerar que, desde aproximadamente 1978, o modelo de atenção em saúde mental no Brasil vem sofrendo um redirecionamento influenciado pelo Movimento da Reforma Psiquiátrica que preconiza a criação de novos dispositivos de tratamento de base comunitária como os Centros de Atenção Psicossocial e mudanças na terapêutica e no modo de conceber e tratar a pessoa com transtorno mental
Os colaboradores narraram a vivência de diversos modos de tratamentos dispensados à pessoa com transtorno mental, na sequência, são descritas partes de suas narrativas cotejadas com literatura pertinente
Summary
Os colaboradores narraram a vivência de diversos modos de tratamentos dispensados à pessoa com transtorno mental, na sequência, são descritas partes de suas narrativas cotejadas com literatura pertinente. A partir de 1952, psicofármarcos como clorpromazina (Amplictil®), levomepromazina (Neozine®) e haloperidol (Haldol®), passaram a ser empregados vastamente no tratamento dos portadores de transtorno mental, como uma terapia coadjuvante.[11] Com o surgimento e, posteriormente, com o aumento na quantidade e qualidade dos psicofármacos, houve uma diminuição da manifestação dos sintomas decorrentes dos transtornos mentais. As narrativas evidenciaram que até 1960 existiam poucos fármacos para o tratamento psiquiátrico e os disponíveis tinham potencial de ação insuficiente para minimizar os sintomas decorrentes do transtorno mental. Para os casos em que o paciente estava muito agitado, tínhamos também o Sonifen. A dose de cada medicação era prescrita conforme a agitação do paciente, quando o paciente estava muito agitado e agressivo, eram prescritos três Amplictil e um Fenergan (C6).
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