Abstract

Este trabalho relatou uma experiência de transporte de juvenis de garoupa-verdadeira Epinephelus marginatus por via rodoviária no trecho entre os municípios de Alcobaça, estado da Bahia, e Curuçá, estado do Pará. Descreveu-se a estrutura e os equipamentos utilizados, a preparação dos 147 peixes com peso aproximado de 47 gramas, o monitoramento das variáveis físico-químicas de qualidade da água em 12 pontos durante o trajeto e o processo de aclimatação no destino final, a partir dos registros e relatos do técnico responsável pela iniciativa. Foi utilizado um caminhão com carroceria aberta, com potência de 165 CV e capacidade de 5,55 toneladas. Os peixes passaram por um jejum de 36 horas e um banho profilático em água doce, antes de serem acondicionados em uma caixa de fibra de vidro com capacidade de 1.000 litros, que contava com cilindro de oxigênio acoplado. O transporte ocorreu entre às 10:48 horas de 27 de agosto e 14:46 horas de 30 de agosto de 2022, totalizando 101 horas e 58 minutos. Neste percurso, a densidade de estocagem foi de 6,9 kg/m3 , o oxigênio dissolvido de 5,7±2,1 mg/L, o pH de 10,1±1,3, a temperatura de 22,5±0,4 °C e a salinidade de 35±0,4. Os peixes não foram alimentados ao longo do transporte, não houve uso de anestésicos, a manutenção da temperatura da água se deu a partir da adição de gelo. A aclimatação no destino durou cerca de cinco horas e contou com um monitoramento minucioso da temperatura, da salinidade e do pH para evitar choques, o que manteve a taxa de sobrevivência em 100%. A experiência relatada de transporte de juvenis de garoupaverdadeira ao longo de 2.838 km por via rodoviária, sem registro de mortalidade, é capaz de balizar outras iniciativas com a espécie, permitindo um planejamento adequado por parte de piscicultores e pesquisadores científicos.

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