Abstract
O objetivo do presente artigo é apresentar um estudo sobre a transexualidade pela perspectiva do lúdico infantil e como isso afeta a questão da aceitação social e de si mesmo através de análise cinematográfica e estudos bibliográficos. O conceito de brincadeira fundamentado em teorias de Winnicott. Trará questões acerca da identidade de gênero a partir da problemática trazida por Judith Butler em conjunto da definição dos papéis de gênero atribuídos a construções culturais definitivas que são impostas na infância e como isso se aplicaria na vivência de uma criança transexual. Que poderá ser observada através da análise das cenas dos filmes: A Kid Like Jake (2018), Ma Vie En Rose (1997) e Tomboy (2011), em que cada um têm como temática principal uma criança em fase de desenvolvimento oscilando entre os scriptis de gênero. Com a pesquisa de cunho exploratório e abordagem metodológica qualitativa, foi possível concluir que o brincar está diretamente relacionado à dimensão lúdica da criança, meio pelo qual ela acaba demonstrando como compreende o mundo a sua volta. É nessa brincadeira que a criança vai identificar a si mesmo e aos que a rodeiam, fazendo com que a fantasia seja sua forma de expressão.
Highlights
A partir do fim do século passado a transexualidade surgiu como tema de pesquisa em áreas diversas, sendo trazida à tona na mídia por uma das principais teóricas da Teoria Queer, Judith Butler
The objective of this article is to present a study on transsexuality from the perspective of children's play and how it affects the issue of social and self acceptance through cinematographic analysis and bibliographic studies
The concept of play based on Winnicott's theories
Summary
Para a devida introdução ao tema identidade de gênero é preciso fazer a diferenciação entre identificação e identidade, apesar da semelhança dos termos, existe uma razão de cunho estrutural psicológico do indivíduo que promove essa diferença. Identidade não deve ser confundida com identificação. Identificação supõe a existência de um eu estruturado que tenta encontrar sua identidade com um outro eu igualmente estruturado. Segundo a autora para a identidade existir é necessária a inteligibilidade cultural da mesma, sendo assim, nós só existimos se nossas identidades são reconhecidas culturalmente e se existem “leis” que regem essa identidade. Na nossa matriz cultural a existência que rompe com as leis já pré definidas não existem, não são aceitas e não há um regimento que garanta sua inteligibilidade. Existem dois conceitos importantes para a contextualização do problema, o primeiro é o conceito cisgênero, definido pelo indivíduo que possui identidade de gênero que corrobora com que lhe foi atribuído ao nascer, e o conceito de transgênero é definido como pessoas com identidade de gênero diferente do que lhe foi atribuído culturalmente (Jesus, 2001), adotamos para essa pesquisa o termo trans para nos referirmos as análises fílmicas
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