Abstract

O texto motivador desta pesquisa é de Castilho et al. (2015), cujo tema é a informalização da escrita jornalística a partir de 2014. O corpus deste estudo é composto por trechos do Jornal Nacional em que há presença de estruturas de tópico-comentário. Apresentamos um breve histórico dessas construções nas gramáticas – em que são chamadas de anacoluto, antecipação e prolepse – e apresentamos um panorama de como são tratadas na literatura pertinente. Foram analisados, por amostragem, trechos do Jornal Nacional entre 2009 e 2018. Foi constatada a presença de construções de tópico – sem que se pudesse observar uma tendência de aumento de uso dessas construções a partir de 2015. As construções de tópico foram categorizadas de acordo com sua forma e função e percebeu-se uma tendência geral de uso de acordo com a função do usuário no JN (apresentador, repórter ou entrevistado). A entrada dessas estruturas num meio que é responsável pela manutenção da variedade padrão pode indicar uma mudança na variedade padrão.

Highlights

  • RESUMO O texto motivador desta pesquisa é de Castilho et al (2015), cujo tema é a informalização da escrita jornalística a partir de 2014

  • The motivating text of this research is from Castilho, et al (2015), whose theme is the informalization of journalistic writing since 2014

  • Em “A Linguística e a mídia”, Garcia apresenta o trabalho de linguagem desenvolvido: “[...] os profissionais passaram a observar as marcas linguísticas e discursivas da oralidade e da escrita e passaram a modificar a narrativa das reportagens, tentando aproximar sua estrutura da estrutura da fala.” (CASTILHO et al, 2015, p. 4)

Read more

Summary

JORNAL CONVERSADO

Em Castilho et al (2015), uma das autoras, Paz de Almeida, recupera a história do projeto de mudança da linguagem nos telejornais da Globo: “As mudanças de verdade começaram a surgir em 2009, quando a direção da TV mandou uma orientação para os telejornais serem mais conversados, mais coloquiais.” (CASTILHO et al, 2015, p. 2) Mais adiante: “A direção tinha lançado o desafio, mas não estava cobrando nada. Em “A Linguística e a mídia”, Garcia apresenta o trabalho de linguagem desenvolvido: “[...] os profissionais passaram a observar as marcas linguísticas e discursivas da oralidade e da escrita e passaram a modificar a narrativa das reportagens, tentando aproximar sua estrutura da estrutura da fala.” O/a apresentador(a) no estúdio retoma a palavra para perguntar sobre um assunto que a apresentadora do tempo não mencionou (por exemplo, as temperaturas), passando-lhe novamente a palavra. Para aproximar-se da oralidade, não basta que os apresentadores conversem entre si ou conversem com o público, pois que a oralidade apresenta uma organização sintática própria, diferente daquela observada na escrita; e uma das marcas de oralidade informal em português brasileiro, como já apontou Garcia (CASTILHO et al, 2015), é a construção de tópico-comentário

TÓPICO-COMENTÁRIO – COMO DESCREVER?
LINGUISTAS ESTUDANDO CONSTRUÇÕES DE TÓPICO-COMENTÁRIO
ANACOLUTO OU TÓPICO PENDENTE
TOPICALIZAÇÃO
DESLOCAMENTO À ESQUERDA
FUNÇÕES DO TÓPICO EM RELAÇÃO AO COMENTÁRIO
MATERIAIS E MÉTODOS
OCORRÊNCIAS DE TÓPICO-COMENTÁRIO NO CORPUS
CONCLUSÃO
Niterói
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call