Abstract

Este trabalho tem como objetivo avaliar como as mudanças na estrutura produtiva chinesa impactaram os preços de bens industriais exportados pelo país entre 2001 e 2017. Para isto, considera-se o preço sendo uma variável explicativa da qualidade das exportações. Metodologicamente propõe-se calcular as margens intensiva e de qualidade de acordo com Hummels e Klenow (2005) para grupos setoriais categorizados por tipos de tecnologia (intensivas em escala, diferenciadas e baseadas em ciência). Com isso, a análise dos setores intensivos em escala, diferenciados e baseados em ciência sinaliza que há um processo virtuoso de transformação produtiva e tecnológica chinesa à medida que se observa um aumento generalizado da relevância das exportações chinesas em terceiros mercados, via margem intensiva. No entanto, a margem de qualidade das exportações, representada pelo índice de preços, encontra-se em uma posição inferior comparativamente às principais economias em termos de desenvolvimento produtivo e tecnológico.

Highlights

  • The End of Cheap China? Uma Análise do Catching up Produtivo e da Sofisticação das Exportações Chinesas entre 2001 e 2017

  • Essa transformação decorre de um modelo articulado pelo Estado capaz de fazer com que o “Made in China” fosse gradativamente desassociado dos produtos de baixa qualidade e baixa capacidade de inovação

  • No que diz respeito a qualidade das exportações, trabalhos como Schott (2004), Hausmann, Hwang e Rodrik (2007), Hummels e Klenow (2005), Hallak (2006) e Hiratuka e Cunha (2011), Gomes e Silva (2020) encontraram que países desenvolvidos tendem a exportar produtos de maiores preços e isso se relaciona com a maior complexidade nos produtos de sua pauta exportadora

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Summary

Introdução

A economia chinesa tem reestruturado sua inserção internacional desde o último quarto do século XX por meio da subordinação da política macroeconômica a uma estratégia de desenvolvimento baseada na transformação estrutural e na busca de longo prazo pela autonomia produtiva e tecnológica. No que diz respeito a qualidade das exportações, trabalhos como Schott (2004), Hausmann, Hwang e Rodrik (2007), Hummels e Klenow (2005), Hallak (2006) e Hiratuka e Cunha (2011), Gomes e Silva (2020) encontraram que países desenvolvidos tendem a exportar produtos de maiores preços e isso se relaciona com a maior complexidade nos produtos de sua pauta exportadora. O objetivo deste trabalho é compreender como as mudanças na estrutura produtiva da China impactaram os preços de bens industriais exportados pelo país entre 2001 e 2017, considerando este fator como uma variável de qualidade das exportações. A hipótese é que as transformações na estrutura produtiva chinesa, no referido período, viabilizadas por uma estratégia de desenvolvimento, que busca construir vantagens comparativas baseadas na eficiência dinâmica (nos sentidos schumpteriano e keynesiano, conforme Cimoli, et al, 2006), têm viabilizado a reorientação da pauta exportadora em direção a produtos mais nobres, com maior qualidade e, portanto, maiores preços. Este artigo divide-se em quatro seções em que se apresentam: 1) referencial bibliográfico a respeito das mudanças na estrutura produtiva chinesa, além da literatura sobre qualidade das exportações; 2) metodologia de análise; 3) a discussão dos resultados e as 4) considerações finais

Mudanças na Estrutura Produtiva Chinesa
Relação entre Preços de Bens Exportados e Catching up
Base de Dados
10 Países
Classificação das atividades
Margens Intensiva e de Qualidade
Resultados
Conclusões
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