Abstract

O objetivo desse estudo é verificar em que medida o traço de animacidade do antecedente é um fator que contribui na seleção de uma determinada forma para a realização do objeto direto correferencial no curso da aquisição do português brasileiro (PB). Adicionalmente, verifica-se em que medida restrições ao objeto nulo em contexto de ilha sintática, que se aplicam ao português europeu (PE), podem interferir nesse efeito, levando em conta a produção oral e escrita de adultos. Duas tarefas de produção eliciada foram utilizadas: resposta a perguntas-QU e cloze. Os resultados apontam para a relevância de animacidade, independentemente de idade, afetando não só o pronome tônico e o objeto nulo, como o DP completo. Restrições sintáticas ao objeto nulo não se impõem, no geral, no PB, embora possa haver resquícios dessas restrições em decorrência de escolarização.

Highlights

  • RESUMO O objetivo desse estudo é verificar em que medida o traço de animacidade do antecedente é um fator que contribui na seleção de uma determinada forma para a realização do objeto direto correferencial no curso da aquisição do português brasileiro (PB)

  • No PB, o clítico acusativo é pouco produtivo, com uso praticamente restrito à língua escrita ou à fala por esta influenciada, em registros formais ou semi-formais (CYRINO, 1994, 2006; DUARTE, 2001; NUNES, 1996; NUNES, 2015; OLIVEIRA, 2005; PAGOTTO, 1996; TARALLO, 1983)

  • Em análise de corpus composto de redações produzidas por alunos do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental de escolas públicas de Florianópolis, encontraram pronomes tônicos em percentuais mais altos (58% e 76%) entre os participantes com escolaridade menor, e mais clíticos acusativos (44% e 41%) entre os participantes com escolaridade maior

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Summary

POSSÍVEIS REALIZAÇÕES DO OC EM PB EM CONTRASTE COM PE

Vemos as possibilidades de realização do objeto correferencial, em PB:. O objeto nulo, por exemplo, muitas vezes é tomado como uma estratégia de esquiva ao uso estigmatizado do pronome tônico e ao uso preciosista do clítico (TARALLO, 1983); ou como recurso de uma gramática própria da linguagem oral prestigiada por meio de fatores puramente sociais: Calles Duarte (1989), por meio de dados da fala natural obtidos em entrevistas e gravações de linguagem de mídia, constatou que a retomada correferencial no PB com objeto nulo não causa estranhamento, "exceto àqueles que se situam num nível de escolaridade mais alto, a quem causam estranheza construções de que eles próprios fazem uso na fala natural" Dois experimentos foram conduzidos, a fim de verificar (i) o efeito da animacidade no uso de formas nulas/plenas; (ii) o uso de formas nulas em contexto de ilhas; (iii) se há efeito da idade/escolaridade no surgimento de clíticos

PRODUÇÃO ELICIADA DE OBJETO CORREFERENCIAL
MÉTODO
TAREFA 1
TAREFA 2
DISCUSSÃO
Findings
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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