Abstract

Neste escrito, relato minha experiência de ler em chave semântica uma amostra dos materiais do Projeto para a História do Português Brasileiro. Essa experiência me convenceu da ingenuidade de pensar que nossa incompreensão na leitura dos textos antigos resulta de uma mudança de sentidos, e também apontou para a necessidade de desconfiar dos meios de análise de que dispomos e de contextualizar de várias maneiras nossas hipóteses de mudança semântica.

Highlights

  • In this paper, I recall my past experience of reading in a semantic perspective a sample of the corpora assembled by the Project for the History of Brazilian Portuguese

  • A busca da expressividade/afetividade continua sendo um dos grandes motores da mudança de sentido, e gera ciclos nos quais se produzem inovações impactantes que rapidamente se desgastam, abrindo espaço para a busca de novas soluções de impacto

  • Evolution et structure de la langue française.5a.ed..Berna, Francke, 1958

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Summary

POR QUE OS SENTIDOS MUDAM?

Tão importante quanto entender como os sentidos mudam, seria entender por que os sentidos mudam. A busca da expressividade/afetividade continua sendo um dos grandes motores da mudança de sentido, e gera ciclos nos quais se produzem inovações impactantes que rapidamente se desgastam, abrindo espaço para a busca de novas soluções de impacto (quem quiser um exemplo, pode pensar nos vários nomes que já foram dados ao dinheiro, na linguagem familiar, e em como alguns desses nomes soam hoje antiquados e inexpressivos). E qualquer um de nós seria capaz de lembrar momentos de inovação tecnológica ou de mudança de valores que tiveram o efeito de popularizar itens lexicais antes desconhecidos, ou que ameaçaram a sobrevivência de palavras antes correntes; para não falar das modas e hábitos importados (alimentares, do vestuário ...), os quais trazem frequentemente consigo um vocabulário estrangeiro que, num primeiro momento, choca e atrapalha os falantes (como o famoso cheeseburguer sem queijo), mas sempre dá um jeito de naturalizar-se

MEUS MODELOS ABANDONADOS PARA A REDAÇÃO DE UM CAPÍTULO
OS RUÍDOS PROPRIAMENTE DITOS E SUAS IMPLICAÇÕES TEÓRICAS
DIFICULDADE DE DIZER QUANDO COMEÇA UM NEOLOGISMO
10. O QUE SE SALVA DA EXPERIÊNCIA
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