Abstract

Resumo Este artigo analisa como o agronegócio coopta apoio entre os pequenos e médios agricultores a fim de construir e legitimar a sua hegemonia. Com o objetivo de apreender as relações estabelecidas com a classe média rural, objeto central deste estudo, foram entrevistados atores de diferentes grupos e classes do campo brasileiro. Os achados sugerem que a sua cooptação pode frustrar o projeto contra-hegemônico defendido pelos críticos do agronegócio, mas nem por isso essa classe constitui um objeto em disputa: se o agronegócio busca cooptá-la, o que não ocorre sem resistências, os movimentos sociais a negam, chamando-a de “agronegocinho”. Como resultado, tem-se uma conjuntura que é duplamente favorável ao agronegócio, uma vez que a demarcação de fronteiras entre os pequenos e médios agricultores não só favorece a cooptação da classe média rural pelo discurso hegemônico como contribui para o insulamento dos seus principais críticos e opositores.

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