Abstract

A adoção de estratégias de manejo sustentável de recursos de uso comum é uma forma de interferir nos processos de territorialização de povos e comunidades tradicionais. Este artigo visa contextualizar historicamente o uso de recursos naturais na região do lago Amanã, Maraã-AM, descrever a delimitação territorial e as áreas de caça de uma comunidade ribeirinha e apresentar uma proposta de zoneamento para o manejo sustentável da caça de subsistência. Os dados abrangem um recorte temporal de cinquenta anos e foram obtidos através de entrevistas semiestruturadas, mapeamento sistemático de pontos de caça e mapeamento participativo do uso de recursos na região. A proposta de zoneamento formulada buscou referências em modelos consagrados e na discussão junto à comunidade. Ao longo do período analisado foram identificadas duas lógicas territoriais cuja combinação tem impactos importantes na territorialidade da comunidade estudada. A área de caça utilizada por moradores da comunidade acompanha a tendência de retração da área de uso a ela destinada, porém em ritmo distinto, gerando sobreposições e conflitos. A proposta de zoneamento para manejo espacial de fauna (de 22.216,22 ha de área) foi considerada adequada pelos comunitários, mas segue sendo necessário desenvolver esta estratégia de manejo da fauna com base nas territorialidades locais.

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