Abstract

Este artigo tem por objetivo abordar as circunstâncias que levaram Gilberto Freyre a lutar pela incorporação tardia da cidade do Recife (PE) ao ciclo de pesquisas sobre as relações raciais no Brasil, patrocinado pela UNESCO no início dos anos 50. Além disso, faço uma reflexão acerca dos resultados da pesquisa realizada por René Ribeiro. Por meio da análise do contexto no qual emergem as primeiras críticas à obra de Freyre, procuro demonstrar que o sociólogo pernambucano esforçou-se para fortalecer o recém-criado Instituto Joaquim Nabuco (IJN), espaço privilegiado de institucionalização da sociologia freyreana e, a partir dele, estabelecer uma interlocução com os críticos à sua obra. Para isso, contou com a colaboração do médico-antropólogo René Ribeiro, que representava a combinação de tradições distintas, a saber: os estudos médico-sociais gestados em Recife, no começo dos anos 30, e a especialização antropológica sob a orientação de Melville Herskovits no final dos anos 40. Acrescente-se o fato de que mantinha contatos estreitos com o centro-sul do país, especialmente com a Escola Livre de Sociologia e Política. Nesse sentido, Gilberto Freyre se preparou para os embates com as ciências sociais institucionalizadas que colocavam em questão sua ensaística sociológica. O projeto UNESCO em Recife é um indicador preciso do tempo controverso.

Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.