Abstract

Este artigo analisa as relações de compadrio tecidas em importante núcleo minerador no âmbito da América Portuguesa e levanta novas questões sobre o tema. Através da história de livres, escravos e forros procura-se entender como a sociedade colonial institucionalizou práticas ao transgredir a norma eclesiástica que proibia a participação de pais como padrinhos dos próprios filhos. Além disso, a análise aponta como os vínculos entre compadres, padrinhos e afilhados produziram várias reciprocidades e como o apadrinhamento também se refletia em legados e bens deixados por aqueles que fizeram do compadrio prática de eleição de uma povoação em processo de formação.

Highlights

  • This article analyzes the godparent relationships established in an important mining region in the Portuguese America and raises new questions about the topic

  • The analysis reveals how the ties between compadres, godfathers and godchildren produced reciprocity and cooperation and how the sponsorship custom results in legacies and material wealth for the population of a village in the process of formation

  • Através da história de livres, escravos e forros procura-se entender como a sociedade colonial institucionalizou práticas ao transgredir a norma eclesiástica que proibia a participação de pais como padrinhos dos próprios filhos

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Summary

Herança de afilhados

Retomando o caso da herança da pequena Rita, após os testemunhos, foi nomeado como seu tutor Francisco da Cunha de Macedo, minerador, vizinho do falecido Domingos e que tinha sido testemunha do seu casamento com a filha do guarda-mor. Tratava-se do padrinho da criança, João Fernandes de Oliveira, que assumiria os seus cuidados e também o de seus bens e que, naquele tempo, morava em Vila Rica, motivo pelo qual o juiz de Órfãos não o escolhera para tutor da afilhada. A seguir, João Fernandes solicitou que mais testemunhas pudessem dar seu depoimento, provavelmente para garantir que, no futuro, o Juízo dos Defuntos e Ausentes ou mesmo o guarda-mor, pai da esposa do falecido, não protestasse o direito da órfã. Como a pequena Rita, outros afilhados viveram sob a proteção direta dos padrinhos, como será visto em seguida, o que confirma a manutenção e a importância dos laços para além do ato batismal

Entre padrinhos e afilhados
Considerações finais
Referências bibliográficas
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